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os livros de janeiro

“If I had my way, I would remove January from the calendar altogether and have an extra July instead.”

Roald Dahl

Janeiro é para muitos conhecido pelo blue month – blue no sentido de melancólico e triste. Outros vêm janeiro como o mês do recomeçar e renascer, uma nova página forçada pelo calendário cheia de entusiasmo pelo desconhecido. Acho que me enquadro simultaneamente nestas duas visões.

Em janeiro o meu doutoramento arrancou em força, e muitas áreas da minha vida sofreram adaptações resultantes da situação pandémica que vivemos. Tudo isto afectou a minha leitura. Ainda assim, faço um balanço positivo qb dos livros que li este mês.

Comecei o mês com The Hating Game, da Sally Thorne, um aclamado romance de escritório em que duas personagens começam inimigas e acabam (spoiler alert mas nem por isso) apaixonadas. Foi um livro divertido e leve que me acompanhou nos primeiros dias do ano e recomendo!

De seguida li The Invisible Life of Addie LaRue, da V. E. Schwab. Esta autora é um nome sonante na fantasia jovem adulta mas nunca tinha lido nada dela. Este livro conta-nos a história de Addie, uma jovem de 23 anos nascida em França no século XVII que se sente presa a uma vida mundana. No dia do seu suposto casamento arranjado reza aos deuses para que a livrem da vida aborrecida a que se sente condenada. As suas preces são atendidas por Luc, um deus da escuridão que lhe oferece algo mágivo em troca da sua alma. A oferta de Luc permite a Addie atingir a imortalidade, mas condena-a a uma vida de esquecimento – ninguém que se cruza com a rapariga se lembra dela, e Addie percorre o mundo como um fantasma de si mesma com uma memória inquebrável. O livro está extremamente bem escrito, as personagens são realistas e apaixonantes e dei por mim ansiosa por explorar o restante reportório de V.E. Schwab. O sentimento mágico da leitura assemelhou-se ao transmitido por The Night Circus, que li no ano passado.

It was messy. It was hard. It was wonderful, and strange, and frightening, and fragile – so fragile it hurt – and it was worth every single moment.

The Invisible Life of Addie LaRue, V.E.Schwab

Seguiu-se So Sad Today, um livro de ensaios da escritora Melisa Broder, autora da conta de twitter com o mesmo nome. É um livro de crónicas altamente pessoais sobre as experiências de Melissa com relações, encontros sexuais, drogas e álcool, saúde mental, entre outros temas. Os ensaios são curtos e diretos, sem grandes floreados, e a escrita assemelha-se grandemente a uma conversa de café, o que me desiludiu bastante. Apesar de me ter relacionado com alguns dos temas e reflexões feitos, no geral não gostei muito do livro nem da superficialidade com que as coisas foram abordadas.

Todos os meses leio um livro em comum com a minha amiga Maria Monteiro, atualmente a fazer PhD na Irlanda, e no último fim de semana do mês fazemos uma vídeo chamada para debater o livro. Este mês lemos The Song of Achilles, da Madeline Miller, pois ambas gostamos de mitologia grega e o livro é muito conhecido e bem recomendado. Apesar de ser evidente que a escrita de Madeline é cativante, confesso que não me apaixonei de todo pela narrativa, e que me senti frequentemente aborrecida. O livro reconta a lenda de Achilles e da Guerra de Troia baseando-se na sua relação com Patroclus, que a história praticamente esqueceu. Apesar de ter gostado muito da personagem de Patroclus e da sua forma de nos conduzir pela história, senti que o livro se arrastou demasiado em alguns momentos. Ainda assim, considero que foi uma boa escolha e irei com certeza ler Circe, o outro livro de mitologia da autora.

No man is more worth than another, wherever he is from.

The Song of Achilles, Madeline Miller

E, por fim, no último fim de semana do mês li Bichos, de Miguel Torga, inserido no “Uma Dúzia de Livros”, o clube do livro mensal da Rita da Nova. Escrevi um artigo inteiro dedicado a este livro (aqui), pelo que não me alongo mais, dizendo apenas isto – demorei demasiado tempo a pegar neste livro e a ler Miguel Torga no geral e estou muito feliz por ter corrigido este erro. Pretendo ler um dos diários dele muito em breve.

E pronto, foi este o meu mês de leituras! Fevereiro vai começar com o Norwegian Wood do Murakami, estou muito entusiasmada, e cá estarei daqui a um mês para vos contar o que achei!

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